terça-feira, abril 24, 2007

O dia (d-e-l-e) .

Hoje seria o dia dele.
Acordara com um sorriso rasgado e contara os segundos para aquele seu, tão seu grande momento. Num rasgar de momentos, num turbilhão de sentimentos, numa fracção de tempos, lá estava ele. Quebrando a monotonia dos seus dias, ansiando no seu grande desespero a sua tão merecida recompensa. No sacrifício das horas, seu corpo vagueava sem tempo pelo meio de todas aquelas sem coração, de todos aqueles corações sem mente, sem pensamento, sem racionalidade. Para si as pessoas não viviam, apenas passeavam a própria vida. Não a tomavam como delas. Sobrevivente, tinha a noção que tinha vida. E olhando para atrás sentira a brisa do seu próprio suspiro, a força das suas palavras, a emoção do seu sorriso. Ele sim, viveu. Criou-se, fez-se, construiu o que ninguém entendeu! Teve o que ninguém desejava. Fora o que ninguém alguma vez sonhara ser. Lutara pelas mais bizarras coisas! No fundo, chegou além da felicidade e ultrapassou-a vinte vezes, porque soube viver, sentir, querer!
Não disse adeus ao mundo. Apenas partiu para outro patamar, mais alto! E lá estará, um passo à frente de nós. No fundo, é dos poucos que o merece. E, felizmente, ainda houve quem entende-se esse ser. Que o tomara como bom exemplo. Que o tem, onde ninguém poderá chegar. Só por isso, por isso mesmo, suporta o patamar abaixo do seu, e respira… esperando também o seu dia. Um dia, aquele patamar também será seu… até lá, é preciso (viver) …

domingo, abril 22, 2007

Pedro Abrunhosa - Verdade .

Felicidade não tem código de barras,
Nem os sonhos têm preço, nem desejo tem amarras.
Os poetas não se vendem em plástico,
Nem um mundo sem prazer será fantástico.
Os deuses não se fazem de esmola,
Liberdade não se aprende só na escola,
Uma alma sem sexo não existe
Como um louco sem loucura não resiste,
Futuro não é chá de caridade,
Só o teu amor, por ser amor, é de verdade.
Um muro por mais alto não separa
Os que têm fome dos que têm a seara.
A cidade virou hiper-mercado,
Se é da favela, não é gente, é malcriado.
O dono do mundo sentiu-se mal,
Não o deixam destruir a selva tropical.
Vendem-se meninos nas escadas do metrô,
Fome é prisão, humilhação de quem roubou,
O dinheiro transformou-se na vontade,
Só o teu amor, por ser amor, é de verdade.
O crucifixo é da cor do cinescópio,
Heroína, cocaína, odor de ópio.
A vizinha estreou-se na TV,
Matou o marido sem saber porquê.
A dor já se vende em vídeo-cassete,
Beatas masturbam-se por Internet,
Sexo compra-se pelos jornais,
Videntes criam novos pecados mortais,
Quarenta índios morreram hoje ao fim da tarde,
Só o teu amor, por ser amor, é de verdade.

Museu de Serralves .


Museu de Serralves .


segunda-feira, abril 16, 2007








Sometimes, time just isn't enough .

segunda-feira, abril 02, 2007

Silêncio.


Perdi a inspiração para a escrever. E mesmo que ainda a tivesse, a confusão de sentimentos, de emoções, de rumos dados pelos movimentos de uma mente confusa, tornariam as minhas palavras indecifráveis. E por vezes, um silêncio basta para dizer muita coisa .

De costas voltada ninguém vê o futuro.


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